Depois de um certo tempo recolhido volto aqui para falar sobre uma ideia que me ocorreu dia desses enquanto estava num certo ócio.
Estava eu com uma peça antiga de computador na mão quando me veio na mente a ideia que é até nome de comunidade no Orkut, a qual eu participo, que é: “Eu nasci na época errada!”. De repente comecei a analisar como seriam as coisas se eu tivesse nascido em 1970, como conclui, e o que senti foi exatamente o que intitula esse post, pois me deu uma saudade de coisas que eu não presenciei, queria ter nascido em 1970 para viver da forma intensa que foi a revolução ocorrida na tecnologia, queria ter presenciado os sistemas totalmente analógicos, o telefone e o vídeo cassete serem artigos de luxo e considerados uma maravilha tecnológica, queria ter visto o nascimento da Apple e da Microsoft e o que acarretou suas invenções nas nossas vidas, queria ter vivido mais perto da era Beatles, queria ter vivido completamente a era grunge e ter cheirado a espírito jovem e visto o Nirvana nascer, ir no Rock in Rio 1993 e visto o Nirvana tocar, e ficar de luto com o suicídio do Kurt Cobain, queria ter vivido a época Ramones, Black Sabbath, isso sem falar na música nacional, queria ter visto e vivido Legião Urbana, Raul Seixas, Cazuza, Nenhum de Nós e Engenheiros do Hawaii, queria ter pintado a cara e ajudado a derrubar um presidente ladrão, e visto um presidente morrer sem ser presidente, queria ter visto a Argentina ser massacrada pela Inglaterra nas Malvinas, e perder uma copa pra Alemanha Ocidental, queria ter visto o mundo sendo pintado de azul em 83 (para os corneteiros, digo que nascer campeão do mundo é divino e pra poucos), e o Brasil quase pintado de vermelho e preto em 84. Queria ter visto o muro cair, o satélite subir, a guerra esfriar, o jovem Papa morrer, o zumbi levantar, a ovelha nascer, o físico ser perdoado, e o ídolo morrer na curva assim como a princesa e as veias da América Latina se abrir e depois disso tudo, iria reclamar por não ter visto o homem pisar na lua! Exatamente, depois de refletir a respeito de praticamente tudo isso cheguei ao crucial ponto da eterna insatisfação humana! Se eu tivesse nascido em 1970, e vivido de fato, hoje estaria com 49 anos e talvez a minha maior insatisfação seria exatamente isso, ter presenciado nas ultimas três décadas a evolução tecnológica que não havia ocorrido sequer nos últimos cinco séculos e saber que não sou, jovem a ponto de poder usufruir dela o que usufrui de uma tecnologia hoje considerada praticamente arcaica! Musicalmente talvez tivesse sido vantajoso, mas não compensaria.
Por fim me rendo ao jargão de que nada adianta se lamentar, e seguir fazendo valer de exemplo a minha azarada sorte de nascer em 1991.
sábado, 31 de outubro de 2009
sábado, 3 de outubro de 2009
Jenifer, Então Foi Assim
Eis o post do widget ao lado!
Notas: 1)Esta é uma história verídica a respeito de uma guitarra. Qualquer semelhança com outra história já existente não é mera coincidência.
2)Esta história foi escrita numa noite de insônia pra não dar alternativa pra quem lê.
3)Este texto contém "mensagens subliminares" que provavelmente nem eu consiga identificar todas
4) Este texto não contém erros
Lembro-me como se fosse amanhã daquele inverno de 2005, eu estava na oitava série, estava no Colégio Pelotense, estava usando preto, estava usando AllStar, estava deixando o cabelo crescer e, embora não soubesse, estava prestes a viver um dos momentos sentimentais mais felizes de minha vida e estava prestes a cometer um erro que me persegue até hoje.
Aos 13 anos, no princípio de criar gosto por rock e ter uma guitarra, fui "apresentado" à Jenifer, sim, "apresentado", pois não foi feita uma apresentação, ela chegou até mim de uma forma natural, já que tínhamos uma ligação rotineira. Logo fiquei espantado com a proximidade criada, uma proximidade inacreditável, pois até onde eu sabia, ela estava com outro, um ingrato proprietário que estava largando-a. Fiquei entusiasmado com a ideia, fui buscar informações a respeito dela e de sua então solidão, pois para mim, era quase surreal tê-la. As informações confirmaram minhas hipóteses e me estimularam a investir em Jenifer pois, "combinaria" comigo, por outro lado, haviam os "amigos" que diziam que não, não era de "boa qualidade". Resolvi ignorar os comentários externos e me concentrar nela, apartir daí sim, pude enxergar suas qualidades, qualidades estas que chegaram a me sufocar, pois eu não conseguia acreditar que na minha proximidade com a Jenifer, que com o tempo foi ficando latente e indisfarçável, ou seja, eu só pensava nela. Meus amigos (estes sim sem aspas) perguntavam: "O que é que tu tá esperando para adquiri-la?" outros já acreditavam que eu já estivesse com ela, e de fato eu estava, só que não acreditava, comecei a acreditar quando alguns "amigos" ofereceram concorrência desleal, mas graças à amigos neutralizei parte desta concorrência pela Jenifer. Enquanto alguns amigos tinham Eagle's e outros até mesmo Gibson's, eu almejava apenas a simpática Jenifer.
Uma curiosidade a respeito desta história, é que eu nunca fui muito ligado em superstições, porém, quando eu estava envolvido com a Jenifer, o meu medo de perdê-la e a vontade de tê-la eram tanto, que todas as manhãs ao me levantar da cama eu colocava primeiro o pé direito no chão para depois o esquerdo ser posto ao lado, isso para que o primeiro passo fosse obrigatoriamente com o pé direito.
Na época eu fazia cursinho então tinha que administrar meu tempo para tentar ficar com ela o máximo de tempo. Às vezes eu tinha medo de trazê-la para mim, por ela ser mais experiente que eu, enfim, mais velha e com um desconhecido e duvidoso uso de um desconhecido e duvidoso ex-dono, então, eu pesquisei e olhei outras para substituí-la, mas a as outras não tinham a mesma perfeita silhueta, as mesmas perfeitas curvas, os mesmos perfeitos fios, a mesma perfeita qualidade, enfim, a mesma perfeição para mim.
Embora houvesse outros afim dela eu tinha a preferência daquela guitarra perfeita, só que eu acabei sendo o meu maior adversário, pois fui tomado pela incerteza, incerteza de como os outros agiriam ao me ver com ela, de o que pensariam quando eu chegasse com ela em casa, do que pensariam dela quando andássemos juntos nas ruas. Fui tomado por repulsas ao descobrir as ideias de meus concorrentes de como usá-la, fui tomado de repulsa pelos concorrentes por considerá-los amigos e fui tomado de repulsa de mim por considerar concorrentes como amigos. Eu estava tomado de repulsa, incredibilidade, medo e amor.
Quando eu estava prestes a ter ela como minha eu temi, eu tremi, gaguejei, enfim, fraquejei. Ela acabou sendo levada por outro. Um rapaz que me parecia inofensivo, embora eu tivesse sido alertado de seu iminente perigo. Fui informado por boatos, os quais eu não quis acreditar, para dias depois receber a declaração oficial. Praticamente não dormi aquela noite. No dia seguinte, na hora do recreio eu vi ela com aquele cara com nome de anjo, visão esta que também pode ser considerada como um golpe de misericórdia, ela não apresentava mais o mesmo brilho, isso talvez tenha sido o mais cruel daquela visão momentânea, ter visto ela envolta naqueles braços frios, desajeitados e inexperientes, de quem provavelmente nunca havia pego uma guitarra. Deste momento em diante tive dificuldade para olhá-la, não queria que fosse assim, queria desejar que ela fosse feliz, mas era hipocrisia pensar assim, já que eu queria ela para mim! Seria minha primeira guitarra!
O ano acabou, entrei em férias, mas as lembranças não passaram como o ano, logo fiquei sabendo que havia sido aprovado no processo seletivo do CEFET e iria então mudar de escola e, provavelmente, não iria ver ela tão cedo, entretanto, por motivos de greve o meu início das aulas no CEFET foi adiado, então, voltei a frequentar o Pelotense enquanto não iniciassem as aulas no meu novo colégio. Ao voltar ao Pelotense descobri que Jenifer havia retornado para seu antigo dono, aquele que praticamente me fornecera ela, eu sabia que talvez ela ficasse melhor com aquele cara meio baixinho, pois já tinham uma longa história juntos antes, embora enquanto estava sem a Jenifer eu tenha visto ele com outras, até mesmo com um violão eu o vi! Mas justiça seja feita, ele tem um bom gosto pra música...
Demorei cerca de um ano e meio para descobrir que Jenifer foi a única que eu gostei de verdade e talvez tenha até a amado, descobri isto ao me envolver e buscar outras, algumas piores, e outras talvez melhores; digo talvez porque Jenifer me deixou mal-acostumado.
De um tempo pra cá minha vontade por ela voltou quando eu descobri um Segredo, foi uma segunda chance que brotou, mas não deu certo já que desta vez usei de um esforço que não foi suficiente, foi suficiente apenas para vê-la ao acaso e ficar incrédulo.
Mais tarde tentei uma pequena aproximação maior, porém seu novo velho proprietário parece inseguro... Só que não adianta muito me recusar... e a recusa foi o combustível para que dentro de mim estourasse um mótim.
Depois deste encontro ao acaso numa data que prefiro não citar, eu vi a minha querida Jenifer brilhando num palco de um teatro no dia 26 de dezembro de 2008, onde também vi uns "inimigos" de brinquedo, que não vem ao caso...
Por fim, não posso imaginar como teria sido minha relação com a Jenifer, pois eu fiquei calado diante da oferta desta magnífica, talvez por ter ido, ou não, nas pilhas de alguém, como eu deveria ter escutado...
Minha quase relação contigo apesar de por fim ter sido sofrida foi muito importante assim como tu és. Escrevo este texto para tentar pôr um fim nessa história que guardo comigo. Posso estar errado, mas acho que o fim
Jenifer Hoje Chegou
Notas: 1)Esta é uma história verídica a respeito de uma guitarra. Qualquer semelhança com outra história já existente não é mera coincidência.
2)Esta história foi escrita numa noite de insônia pra não dar alternativa pra quem lê.
3)Este texto contém "mensagens subliminares" que provavelmente nem eu consiga identificar todas
4) Este texto não contém erros
Lembro-me como se fosse amanhã daquele inverno de 2005, eu estava na oitava série, estava no Colégio Pelotense, estava usando preto, estava usando AllStar, estava deixando o cabelo crescer e, embora não soubesse, estava prestes a viver um dos momentos sentimentais mais felizes de minha vida e estava prestes a cometer um erro que me persegue até hoje.
Aos 13 anos, no princípio de criar gosto por rock e ter uma guitarra, fui "apresentado" à Jenifer, sim, "apresentado", pois não foi feita uma apresentação, ela chegou até mim de uma forma natural, já que tínhamos uma ligação rotineira. Logo fiquei espantado com a proximidade criada, uma proximidade inacreditável, pois até onde eu sabia, ela estava com outro, um ingrato proprietário que estava largando-a. Fiquei entusiasmado com a ideia, fui buscar informações a respeito dela e de sua então solidão, pois para mim, era quase surreal tê-la. As informações confirmaram minhas hipóteses e me estimularam a investir em Jenifer pois, "combinaria" comigo, por outro lado, haviam os "amigos" que diziam que não, não era de "boa qualidade". Resolvi ignorar os comentários externos e me concentrar nela, apartir daí sim, pude enxergar suas qualidades, qualidades estas que chegaram a me sufocar, pois eu não conseguia acreditar que na minha proximidade com a Jenifer, que com o tempo foi ficando latente e indisfarçável, ou seja, eu só pensava nela. Meus amigos (estes sim sem aspas) perguntavam: "O que é que tu tá esperando para adquiri-la?" outros já acreditavam que eu já estivesse com ela, e de fato eu estava, só que não acreditava, comecei a acreditar quando alguns "amigos" ofereceram concorrência desleal, mas graças à amigos neutralizei parte desta concorrência pela Jenifer. Enquanto alguns amigos tinham Eagle's e outros até mesmo Gibson's, eu almejava apenas a simpática Jenifer.
Uma curiosidade a respeito desta história, é que eu nunca fui muito ligado em superstições, porém, quando eu estava envolvido com a Jenifer, o meu medo de perdê-la e a vontade de tê-la eram tanto, que todas as manhãs ao me levantar da cama eu colocava primeiro o pé direito no chão para depois o esquerdo ser posto ao lado, isso para que o primeiro passo fosse obrigatoriamente com o pé direito.
Na época eu fazia cursinho então tinha que administrar meu tempo para tentar ficar com ela o máximo de tempo. Às vezes eu tinha medo de trazê-la para mim, por ela ser mais experiente que eu, enfim, mais velha e com um desconhecido e duvidoso uso de um desconhecido e duvidoso ex-dono, então, eu pesquisei e olhei outras para substituí-la, mas a as outras não tinham a mesma perfeita silhueta, as mesmas perfeitas curvas, os mesmos perfeitos fios, a mesma perfeita qualidade, enfim, a mesma perfeição para mim.
Embora houvesse outros afim dela eu tinha a preferência daquela guitarra perfeita, só que eu acabei sendo o meu maior adversário, pois fui tomado pela incerteza, incerteza de como os outros agiriam ao me ver com ela, de o que pensariam quando eu chegasse com ela em casa, do que pensariam dela quando andássemos juntos nas ruas. Fui tomado por repulsas ao descobrir as ideias de meus concorrentes de como usá-la, fui tomado de repulsa pelos concorrentes por considerá-los amigos e fui tomado de repulsa de mim por considerar concorrentes como amigos. Eu estava tomado de repulsa, incredibilidade, medo e amor.
Quando eu estava prestes a ter ela como minha eu temi, eu tremi, gaguejei, enfim, fraquejei. Ela acabou sendo levada por outro. Um rapaz que me parecia inofensivo, embora eu tivesse sido alertado de seu iminente perigo. Fui informado por boatos, os quais eu não quis acreditar, para dias depois receber a declaração oficial. Praticamente não dormi aquela noite. No dia seguinte, na hora do recreio eu vi ela com aquele cara com nome de anjo, visão esta que também pode ser considerada como um golpe de misericórdia, ela não apresentava mais o mesmo brilho, isso talvez tenha sido o mais cruel daquela visão momentânea, ter visto ela envolta naqueles braços frios, desajeitados e inexperientes, de quem provavelmente nunca havia pego uma guitarra. Deste momento em diante tive dificuldade para olhá-la, não queria que fosse assim, queria desejar que ela fosse feliz, mas era hipocrisia pensar assim, já que eu queria ela para mim! Seria minha primeira guitarra!
O ano acabou, entrei em férias, mas as lembranças não passaram como o ano, logo fiquei sabendo que havia sido aprovado no processo seletivo do CEFET e iria então mudar de escola e, provavelmente, não iria ver ela tão cedo, entretanto, por motivos de greve o meu início das aulas no CEFET foi adiado, então, voltei a frequentar o Pelotense enquanto não iniciassem as aulas no meu novo colégio. Ao voltar ao Pelotense descobri que Jenifer havia retornado para seu antigo dono, aquele que praticamente me fornecera ela, eu sabia que talvez ela ficasse melhor com aquele cara meio baixinho, pois já tinham uma longa história juntos antes, embora enquanto estava sem a Jenifer eu tenha visto ele com outras, até mesmo com um violão eu o vi! Mas justiça seja feita, ele tem um bom gosto pra música...
Demorei cerca de um ano e meio para descobrir que Jenifer foi a única que eu gostei de verdade e talvez tenha até a amado, descobri isto ao me envolver e buscar outras, algumas piores, e outras talvez melhores; digo talvez porque Jenifer me deixou mal-acostumado.
De um tempo pra cá minha vontade por ela voltou quando eu descobri um Segredo, foi uma segunda chance que brotou, mas não deu certo já que desta vez usei de um esforço que não foi suficiente, foi suficiente apenas para vê-la ao acaso e ficar incrédulo.
Mais tarde tentei uma pequena aproximação maior, porém seu novo velho proprietário parece inseguro... Só que não adianta muito me recusar... e a recusa foi o combustível para que dentro de mim estourasse um mótim.
Depois deste encontro ao acaso numa data que prefiro não citar, eu vi a minha querida Jenifer brilhando num palco de um teatro no dia 26 de dezembro de 2008, onde também vi uns "inimigos" de brinquedo, que não vem ao caso...
Por fim, não posso imaginar como teria sido minha relação com a Jenifer, pois eu fiquei calado diante da oferta desta magnífica, talvez por ter ido, ou não, nas pilhas de alguém, como eu deveria ter escutado...
Minha quase relação contigo apesar de por fim ter sido sofrida foi muito importante assim como tu és. Escrevo este texto para tentar pôr um fim nessa história que guardo comigo. Posso estar errado, mas acho que o fim
Jenifer Hoje Chegou
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